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domingo, agosto 27, 2006

He has the heart of a little boy

...and he keeps it in a jar on his desk.

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Já dei a minha opinião sobre o questionável talento de Bram Stoker, por isso agora está na altura de o fazer sobre o (in)questionável talento de Stephen King. Antes que parem de ler já nesta linha convencidos que sou doida por ler este homem, peço-vos que deitem pela janela todas as ideias pré-concebidas que tenham sobre o Stevie e a sua prosa. Melhor ainda, metam-nas dentro de um saco com pedras e atirem-nas ao mar para nunca mais as verem.
Não sei porque é que Stephen King é tão mal visto pelas chamadas pessoas que gostam de "boa literatura". A ideia comum é que os livros dele são compostos apenas por mortes sangrentas atrás de mortes sangrentas, personagens demóniacas e assassinos de sangue frio, mas nada podia estar mais longe da verdade. Sim, alguns personagens morrem. Sim, há vilões demoníacos e alguns bastante doentes. Mas há muito mais para além disso.
Conhecem The Green Mile (À Espera de um Milagre), aquele filme maravilhoso com Tom Hanks? Adivinhem quem escreveu a história. E The Shawshank Redemption (Os Prisioneiros de Shawshank)? Também é dele. E mesmo os clássicos do cinema de terror como Carrie e The Shining têm bastante mais profundidade nos livros, especialmente The Shining, que, na minha opinião, sofreu bastante na adaptação ao cinema (ainda assim, não deixa de ser um filme brilhante).
O grande trunfo de Stephen King é a caracterização. Ele consegue mesmo criar personagens que saltam das páginas com vida. Personagens das quais queremos saber, com as quais nos preocuparíamos se estivessem presas no castelo do Drácula... Algumas das personagens mais deliciosas e adoráveis que já tive o prazer de ler foram criadas por ele. Assim de cabeça lembro-me de Duddits (Dreamcatcher - por favor ignorem o filme que não passa de uma cruel mutilação do livro, especialmente o fim) e Wolf (The Talisman).
Em cada livro (uns mais que outros, é certo), King conquista o coração do leitor. O último que li dele, por exemplo. Pet Sematary. Esta história... Bem, indo directa ao assunto: chorei. Já não me acontecia chorar a ler um livro desde que li Coração (Edmundo de Amicis) quando era miúda. E não foi apenas uma lagrimita, não, foi um banho de lágrimas. Visto de fora parece ridículo: chorar a ler um livro sobre animais que regressam do além. Mas é aí mesmo que está a magia de Stephen King. Ele é verdadeiramente um mestre das palavras.
Agora que já escrevi a carta de amor e que já vos deixei a todos com tanta vontade de o ler que nem se aguentam, aqui ficam algumas sugestões para quem estiver interessado. Se puderem leiam em inglês, porque ele joga muito com as palavras e isso perde-se nas traduções. Tomei a liberdade de acrecentar pequenas sinopses tão más como as que aparecem na programação dos canais Lusomundo. Ignorem-nas por favor e leiam antes as sinopses da contra-capa se quiserem ficar elucidados sobre o conteúdo da história.
* The Shining (família com pai alcoólico e filho com poderes psíquicos presa num hotel assombrado durante um inverno)
* Pet Sematary (família descobre um estranho cemitério de animais)
* Misery (escritor feito prisioneiro por fã doida com porca de estimação)
* The Talisman (colaboração com Peter Straub) (jovem rapaz viaja para dimensão paralela para salvar a sua mãe)
* Toda a série The Dark Tower (cowboy de universo alternativo procura a Torre Negra)
P.S. - Em relação a vampiros e histórias bem escritas sobre os mesmos, arranjei na Waterstone's de Cork um exemplar de 'Salem's Lot. Depois vos direi se é melhor que Drácula.

1 comentário:

J. disse...

epah n conheço os livros dele e o pc k conheço dele é a imagem dele em si, mto estranho LOL ms sim só sei s gosto ou naum dp d ler...tenh d ver s leio 1 ou 2 ;P