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sexta-feira, fevereiro 16, 2007

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quinta-feira, fevereiro 15, 2007

Momento Suntory #40: Bette Davis

Se há coisa que eu adoro é a descoberta de qualquer coisa extraordinária. Descobri, finalmente!, Bette Davis.

Sei, como aliás, sabe toda a gente, que há certos ícones no cinema que deixaram a sua marca bem profunda na História. Mas pensava que Bette Davis era uma espécie de Marilyn Monroe, ou seja, mais conhecida pela sua beleza do que propriamente pelo talento (apesar de eu achar que Marilyn Monroe tinha de facto algum talento). Mas agora sei a verdade: não são comuns as pessoas com o talento de Bette Davis. E se todos os seus desempenhos são como aquele, então está aqui um amor para a vida toda.

Já dizia a Madonna, "Bette Davis, we love you."

The Nanny (1965)

Arranjei este filme de Seth Holt simplesmente porque é uma produção dos estúdios Hammer. A regra geral é, "se é Hammer é bom", ou não fosse este um Grande Marco no cinema britânico. Mas se eu soubesse o que aí vinha...

A história é sobre uma ama dedicada à família disfuncional para a qual trabalha. O pai é severo, a mãe perturbada, o rapaz acabou de chegar de uma instituição, e a menina morreu. O rapaz, Joey, é o que se pode chamar de maquiavélico (ou apenas perturbado?), e os conflitos com a ama começam de imediato. O que então se desenrola é uma mistura perfeita de suspense e reviravoltas.

Jimmy Sangster escreveu o guião, baseado no romance homónimo de Marryam Modell (que já adicionei à minha lista to-read) . Os diálogos são perfeitos porque estão carregados de subtexto e a tensão entre a ama e Joey é enervante de tão realista.

A grande surpresa para mim foi mesmo Bette Davis. Confesso que quando comecei a ver o filme não fazia ideia de quem entrava. Quando vi o nome nos créditos iniciais pensei, "Bette Davis? Hmm..." Pois, a verdade é que eu nunca tinha visto nenhum filme de Bette Davis. Mas não me apedrejem ainda! Mereço o perdão dos Deuses do Cinema porque agora que conheço o trabalho desta Grande Senhora, até me atirava ao chão para lhe beijar a campa. Só há uma palavra que pode descrever a qualidade do desempenho de Bette Davis neste filme: Excepcional. E mesmo esta não transmite adequadamente a magnitude, o brilhantismo, o talento que Bette Davis encarna.

Apesar de ao ver The Nanny sermos quase ofuscados por Bette Davis, o resto do elenco é igualmente maravilhoso, com especial destaque para William Dix, o rapazinho perturbado extremamente convincente que me arrancou uma gargalhada ligeiramente despropositada com a frase "Can you sack her, then? Please?" Pamela Franklin, que, sim!, entrou em The Innocents também, está excelente. Merece elogios especiais por ter entrado em dois filmes que eu adoro, mas esses não os vou escrever para vos poupar à seca.

The Nanny é precisamente o meu tipo de filme. O ambiente é tão tenebroso que não se recomenda a crianças ou pessoas mais facilmente impressionáveis. E daí, com o lixo que agora se faz dentro do"infame" género do Terror, o público está tão mal habituado que é capaz de nem achar grande graça a este filme. Mas eu digo-vos, The Nanny é simplesmente um dos melhores filmes que já vi na vida, e sem dúvida o melhor que já vi este ano. Entrou directamente para o meu top pessoal, estando ao nível de The Innocents, o que é dizer bastante.

Aconselha-se vivamente. 10/10 (e mais teria se mais houvesse)

domingo, fevereiro 11, 2007

56%



"And if you don't vote you're gonna get a spanking!"

sábado, fevereiro 10, 2007

Babel (2006)

Sete nomeações para Oscar, incluindo melhor filme e melhor argumento original. É por estas e por outras que acho que a Academia está senil. Não que Babel não seja um filme bom, até é razoável, e não que a história não esteja bem escrita, porque tirando uma coisa ou outra até está. No entanto... a palavra que aqui se adequa é "overrated".

Classificação? 7.5, arredondado para baixo. 7/10.


ESTE POST CONTÉM SPOILERS (e é grande que se farta)


Babel são três histórias que se entrecruzam: Japão, Marrocos e México. A história do México é a melhor na generalidade. Não há incoerências, e tem uma das cenas mais poderosas de todo o filme, quando a ama deixa os miúdos no deserto. A sensação de angústia nessa cena está muito bem conseguida. Thumbs up especialmente para o rapazinho, Nathan Gamble, pelo seu "I'm not staying here alone".

A história de Marrocos é interessante, e tem a outra Grande Cena do filme, quando o rapaz se entrega às autoridades. O filme levanta algumas questões sobre a diferença de culturas: que polícia é aquela que não hesita em disparar contra duas crianças, nem em espancar um casal, e que educação têm aqueles miúdos que acham que carros numa estrada são alvos perfeitamente aceitáveis para testar o alcance de uma arma?
Por último a história passada em Tóquio sobre a rapariga surda-muda, que dava um filme interessante se se explorassem melhor alguns aspectos, mas pareceu ser um bocado "metida à força". Apesar de ser a sequência em que se explora de uma maneira mais evidente o problema da comunicação, a ligação com o fio condutor de Babel é muito tremida, para não dizer muito pouco plausível.

Isto com a agravante de ser de todas a que tem o final menos satisfatório. Não o adivinhei, mas devo dizer que o final que eu tinha previsto era bem melhor: no papel ela contava a verdade sobre o assassínio da mãe pelo pai e depois atirava-se da varanda. Mas não. O que acontece na realidade não faz muito sentido. Porque mentiu ela ao polícia quando falou sobre a morte da mãe? E para além de nos deixarem pendurados no assunto dessa morte (afinal o que é que aconteceu?), deixam-nos pendurados também no conteúdo da carta, o que muito me irrita porque parece uma jogada ao estilo de Lost In Translation mas falhada.
O problema de Babel é que se propõe a fazer algo que não consegue. Não sei se foi intencional ou não, mas há pontas soltas demais para o meu gosto. Começando pelo México: O que é que aconteceu ao Santiago? E as crianças? Desaparecem sem mais nem menos e apenas temos uma explicação à la "deus ex machina": estão bem, encontramo-las. Mas o que eu quero saber é como é que eles ficaram no deserto, porque é que sairam daquele sítio e como é que os encontraram. Como já disse, a cena em que ela os deixa é uma das melhores. Havia ali potencial que devia ter sido aproveitado, quanto mais não seja para dar ao espectador um fim plausível para aqueles dois miúdos.

Quanto ao que se passa em Marrocos, das três ainda é a sequência que tem o argumento menos esburacado, mas compensa com as cenas desnecessárias, das quais é exemplo máximo a protagonizada pelo Peeping Tom Junior na montanha. Não que eu ache que só deviam ser nomeados para grandes prémios como os Oscares filmes "politicamente correctos", mas aquela cena não serve nenhum propósito no filme e devia ter sido cortada. Não acrescenta nada à personagem, porque o que havia para ser dito sobre a maturidade do rapaz já tinha sido dito precisamente na cena "Peeping Tom", e havia outras maneiras eficazes de separar os dois irmãos de maneira a que a cena seguinte se mantivesse.
Também acho que não preciso de dizer que a cena de reconciliação definitiva entre o casal americano se torna ligeiramente ridícula pelo facto de ela estar a urinar para dentro de uma panela: é o que se chama anticlimático. Outro pormenor interessante é o pequeno twist cronológico do qual nos apercebemos no final. Apesar de ser um momento "ah! giro", a verdade é que é um bocado confuso, e se formos a ver bem a coisa, não é assim tão brilhante quanto isso.
Mas Babel comete outro grande pecado. Já o disse uma vez, e torno a dizê-lo: não é admissível um filme, ou qualquer outro tipo de entretenimento, incluir crueldade animal. Os animais não são objectos, não são "adereços", não são algo que podemos usar como bem entendermos. Cenas explícitas de crueldade animal, mais que chocantes, são bárbaras e retrógradas.
A cena da brutal decapitação de uma galinha não acrescenta rigorosamente nada ao filme. Não aprofunda a caracterização de nenhum personagem e não avança o enredo. É, em suma, o que se pode chamar, "palha". É triste que se tenha sacrificado uma vida em prol disso, e de uma forma tão mundana ainda por cima. E nem sequer sabemos se foi aquele o único take...
A galinha decapitada não é o único exemplo, porque também no segmento de Marrocos a crueldade animal prossegue. A realidade pode e deve ser retractada, mas para se dizer "vida rural" não é estritamente necessário ter uma cabra esfolada pendurada por uma pata. Para o destaque que este"adereço" tem no ecrã, só tenho a dizer que é triste o desperdício de mais uma vida para tão pouco.

Babel não foi supervisionado pela AHA ou por qualquer outra entidade equivalente (lembram-se do famoso "no animals were harmed in the making of this movie"?), o que significa que os animais neste filme, foram, de facto maltratados. Esta razão sozinha é mais do que suficiente para me levar a desacreditar a Academia e Iñárritu.
Para terminar, resta-me dizer que o filme é mais longo do que o necessário. Se fossem eliminadas algumas cenas, e cortados alguns dos ramos do enredo, o resultado seria um filme melhor.

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Natureza = Uau

Achei que iam gostar de ver isto, como é um peixe todo transparente e tal.

terça-feira, fevereiro 06, 2007

domingo, fevereiro 04, 2007

Meio cheio ou meio vazio? Completamente vazio.

Kate Bush escreveu, "I hold a cup of wisdom but there is nothing within."

Pois bem, eu até tento encher a minha taça de sapiência, mas como ela parece estar sempre vazia o que eu gostava de saber é quem é que a anda a esvaziar quando eu não estou a olhar?!

sábado, fevereiro 03, 2007

Informação

Interrompemos o cumprimento da vontade divina para passar uma mensagem subliminar.

O cumprimento da vontade divina será retomado dia 12 de Fevereiro. Pedimos desculpa por eventuais transtornos que esta mudança temporária possa causar.

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

Stranger Than Fiction (2006)

Naquela tarde, Filipa percorria o habitual caminho até casa depois de um excelente bocado no lugar mágico que dá pelo nome de cinema. Ao contrário do que era habitual, o seu pensamento não se detinha em coisas mundanas, como o monte de lixo a alguns metros do caixote, e nem mesmo reparava na estranha ocorrência de nenhum cão ter ainda ladrado furiosamente à sua passagem como se pretendesse decepá-la à dentada. Não, naquela tarde a mente de Filipa ocupava-se apenas de profundas cogitações sobre Stranger Than Fiction, ou se preferirem o inferior título português, Contado Ninguém Acredita, um filme de Marc Forster com Will Ferrell, sobre um homem que um dia acorda e descobre que uma mulher narra a sua vida.

Quando ainda se encontrava no princípio da sua jornada, bastante antes da desagradável subida que todos os dias insistia em existir a meio do caminho, não se tinha ainda desenvolvido no pensamento desta rapariga nenhuma teoria de valor sobre este filme. É seriamente complicado comentar seja o que for quando nos encontramos ainda enlevados pela genialidade do nosso objecto, por isso o leitor que não se apresse a fazer julgamentos sobre a capacidade de análise da nossa heroína. De qualquer modo, as conclusões não tardaram a chegar. De todas, a primeira e possivelmente também a menos relevante para o público em geral, será talvez o desejo que se instalou no coração de Filipa de produzir algo semelhante, qualquer coisa igualmente deliciosa e original, e, se as Musas estivessem de acordo, exactamente com o mesmo tom de gracejo que apenas aqueles versados no passatempo de contar histórias podem perceber.

Mas esses são pensamentos e desejos para outras alturas, nomeadamente alturas em que não se fazem exames, por isso deixemo-los no íntimo da nossa protagonista e concentremos a nossa atenção nas outras conclusões produzidas. Por exemplo, que Maggie Gyllenhaal provavelmente encontrou um génio da lâmpada e lhe pediu o poder da omnipresença cinematográfica. Ou que quem viu The Incredibles – Os Super Heróis vai certamente sorrir numa determinada cena. Ou ainda que Ana Pascal é certamente vegan, porque nenhuma personagem assim pode não o ser (e neste ponto é convenientemente ignorada a referência ao rolo de carne, que de qualquer maneira também não era muito importante).

Sim, Filipa estava no bom caminho dos comentários, mas, como diz o velho ditado etíope, nem tudo o que é bom dura sempre. Talvez a muito-pouco-amada subida tenha tido alguma influência, mas o facto é que as profundas reflexões sobre a maravilhosa história foram aos poucos ensombradas por uma súbita e terrível percepção: é o destino de todos aqueles que vêem muitos filmes adivinhar o final, ou pelo menos, ter um forte palpite. Esta conclusão, como certamente se pode imaginar, trouxe tristeza ao coração de Filipa. Estará ela destinada a nunca ser totalmente surpreendida no cinema? Apenas o futuro o dirá.

A jovem rapariga, estimulada por vinte minutos de caminhada e pensamentos, chegou finalmente a casa. Sentou-se de imediato ao computador, pronta a escrever um extraordinário elogio ao filme no seu blog, para que todos os seus leitores se vissem irremediavelmente possuídos de uma vontade inabalável de ir ver Stranger Than Fiction ao cinema mais próximo.

A página estava aberta. Os dedos agitavam-se por cima do teclado, querendo tocar as teclas. Mas nada acontecia.

Filipa levantou-se e deu uma voltinha pela divisão. Espreitou para debaixo da cama e viu dentro do armário. Em vão; a Musa não estava em parte alguma. Como todos sabemos, quando as Musas não querem ser encontradas ninguém as encontra mesmo, já dizia Platão. Assim sendo, fazendo bom uso do seu tempo e paciência, Filipa desistiu da brilhante crítica que ia escrever e foi antes ao IMDb votar 10. Não se espante o leitor com esta classificação, porque ao contrário do que alguns professores pensam, as notas altas são mesmo para ser dadas.

Momento Suntory #39

Não minto se disser que são momentos destes que me fazem feliz, venham eles de quem vierem. Mas que são melhores quando vêm de algumas pessoas são.

"consegues dar um estremecimento ao meu coração"