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domingo, março 11, 2007

What Ever Happened to Good Horror Movies?

Há uma diferença abismal entre os filmes (de Terror) que se faziam dantes e os que se fazem hoje. Para muitos, talvez tenha tudo mudado para melhor, mas para mim... Resta-me suspirar, abanar a cabeça e perguntar-me, para onde foram os bons argumentistas, os bons realizadores,... as boas histórias, os bons filmes??

Isto porque ontem vi o The Hills Have Eyes (2006). Uma porcaria de filme!

Que mania é esta de só fazer filmes de terror com litros e litros de sangue, membros decepados, pessoas mutiladas, mais sangue, mais mutilação, mais violência? É uma tristeza. A maioria dos filmes de terror hoje em dia tem o esqueleto de uma história (quando o tem), e o resto é preenchido com sangue, violência e explosões. E o que resulta daqui é uma audiência feliz? Incompreensível. Como é que ontem ouvi uma miúda dizer "que fixe!", num tom da mais profunda delícia, quando um homem no ecrã estava a ser mutilado?

Esta geração tem as prioridades trocadas. Não tenho problemas com quem gosta de filmes com muito sangue e violência (apesar de não perceber qual é a piada...), mas revolta-me ver esta mutilação ao género. Terror é algo que assusta, qualquer cosia sinistra, do oculto, que mete medo. Não é sinónimo de violência gratuita!

Dantes todos os filmes de terror tinham uma dose de suspense que não podia faltar. Havia sempre uma história com pés e cabeça, com um desenvolvimento coerente (que hoje em dia seria considerado "lento" na maior parte dos casos), e o terror, fosse ele representado por espíritos, monstros, miúdos maquiavélicos, ou o que fosse, ia surgindo aos poucos, num crescendo até ao desenlace final.

Nos filmes de terror de hoje em dia o desenvolvimento das personagens é deixado para segundo plano. O suspense das duas uma: ou não existe, ou existe em versão bastarda, resumindo-se à dúvida: de onde é que vai sair o próximo louco com um machado? O choque já não vem das situações, mas sim da pura violência. O objectivo parece que deixou de ser "fazer um filme sinistro", para "vamos ver quem é que consegue enojar mais o público". Cenas explícitas de tortura, mutilação, morte, violência: onde é que isto é sinistro? Onde é que isto é assustador? Isto limita-se a meter nojo e a ser perturbador, mas perturbador apenas por ser excessivamente violento. Qualquer pessoa consegue imaginar duas horas de violência gratuita com uma história-fantoche a servir de desculpa. Mas quantos conseguem fazer duas horas de verdadeiro Terror?

Não digo que um filme com mutantes malvados, canibais e amigos de picaretas não meta medo. Mete, claro que mete. Toda a gente tem medo de sofrimento físico. Mas não é sinistro. Não é creepy. É só nojento. Mas duas horas de nojo e repulsa não fazem um bom filme.

O que é uma cena de carnificina em The Hills Have Eyes comparado com Nosferatu levantando-se do caixão, ou o grupo de crianças de Village of the Damned (original) a passearem-se pela aldeia? E quem é que prefere a tortura de Hostel à cena do lago em Let's Scare Jessica to Death, ou a distorção e dúvida sentidas em The Innocents? Cenas em que alguém é esfaqueado até à morte, ou leva com um machado na cabeça e saem os miolos todos, chocam no momento, e talvez até nos mantenham acordados à noite, mas não chegam aos calcanhares do medo causado por cenas que pelo contexto são tenebrosas, como a Ama a espreitar à porta do quarto do pequeno Joey (The Nanny). O pior é que esta ideia de que o Terror equivale a um banho de sangue está tão embrenhada nas audiências de hoje que é possível ouvir coisas como "Peeping Tom não é um filme de terror"...

Mas claro, não sejamos extremistas. Uma dose de violência não estraga automaticamente um filme. E nem tudo é mau nos filmes de hoje em dia. Há alguns que têm bons pontos de partida. Voltando ao The Hills have Eyes, acho que a ideia de se estar sozinho no deserto com um bando de mutantes loucos uma coisa mesmo assustadora. Mas tinham que estragar o filme com aquele sangue todo?? Parece que não aprenderam as lições dadas pelos grandes mestres... Vejam Os Pássaros, que é dos filmes mais sinistros que tive o prazer de ver, e digam-me: a violência faz alguma falta? Aquela imagem do recreio da escola coberto de corvos é mais assustadora que mil The Hills Have Eyes juntos.

E é aqui que me chateiam os remakes. Vão pegar numa coisa que era boa e transformam-na na maior carnificina possível. Juro que apedrejo alguém se o falado remake de The Bad Seed for para a frente... Viram o que o João Carpinteiro fez ao brilhante Village of the Damned: pegou num óptimo filme e estragou-o com violência excessiva e um twist ridículo que supostamente tem a função de aumentar o elemento choque da história. Nem me dei sequer ao trabalho de ir ver o remake do The Omen.

Enfim. E ainda se admiram por eu "ver tantos filmes antigos"...

3 comentários:

João G. disse...

És capaz d ter razao em relaçao a isso do terror... ms eu n sou o gajo mais indicado para avaliar isso pk n sou um grand apreciador desse tipo d filmes. N gosto d m assustar a ver filmes lol pa m assustar ja basta o meu dia-a-dia as xs lol

D kkl forma sei reconhcer knd um filme d terror é bom ms o meu historial dess tipo d filmes é mt reduzido. Um dia tenho k ver esses gands clássicos, ms sozinho n vejo loool

bjxx

Guilho

Cate disse...

ainda nao encontrei um filme de terror que me assuste realmente :\

SuntoryTime disse...

Queres sugestões?

Candyman (1992) fez-me acordar a meio da noite. E não foi assim tão fácil voltar a adormecer... Acho que é o filme que mais medo me meteu nos últimos anos. É uma das raras pérolas dos últimos anos. A banda sonora (Phillip Glass!) mete medo só por si.

Children of the Corn obrigou-me a agarrar a mão de quem tava ao meu lado (lol). O Chucky tb já me deu muitos pesadelos, mas isso é trauma de infância. IT a mesma coisa.

The Haunting (versão original) tem uma cena (ok, várias, mas uma em especial) muito bem conseguida (mesmo). E a Noite dos Mortos Vivos. Aqueles zombies...

De resto, qualquer um dos que falei do post são óptimos, mesmo que não provoquem pesadelos. Recomendo especialmente The Innocents (1961). O filme The Others foi claramente inspirado por este. Nem é preciso dizer que o primeiro é muito melhor. E nem é só por ter o miúdo mais sinistro do mundo (Martin Stephens).